Coordenadora do Cerest-CG lamenta dados divulgados pela Abrinq sobre trabalho infantil

Um dado preocupante sobre o trabalho infantil foi divulgado, nesta terça-feira (10), pela Fundação Abrinq. A Paraíba é o estado brasileiro com maior número de crianças e adolescentes, na faixa etária dos 10 aos 14 anos, em situação de trabalho infantil, o que corresponde a 8,9% da população nessa faixa etária. Para a coordenadora do Cerest-CG, Anna Karla Souto Maior, trata-se de uma realidade triste e preocupante.

A coordenadora do Cerest-CG, disse que é necessário desconstruir o argumento de que “é melhor a criança ou adolescente trabalhando do que estar nas ruas, exposto à criminalidade, à violência e às drogas”. Para Anna Karla, essa é uma realidade que atinge apenas as crianças e adolescentes de famílias carentes. Portanto, é necessário desfazer essa premissa.

Nos estados do Nordeste, segundo dados da Abrinq, essa realidade é mais dura ainda. Para Anna Karla, embora não exista trabalho infantil nas empresas formais se faz necessário que a sociedade tenha o comprometimento em observar além do visível, do óbvio. “É importante analisar em que áreas se concentram esses números para podermos estabelecer critérios e estratégias de enfrentamento”, frisou.

Anna Karla destaca ainda que além do trabalho doméstico, uma outra área que vem preocupando as autoridades com relação ao trabalho infantil é o da agricultura familiar. “O risco nesta situação para a criança é eminente, a fadiga, a desidratação e vários outros problemas comprometem o desenvolvimento destas crianças, até mesmo pela ausência de prática para lidar com ferramentas pesadas e situações adversas à sua idade”, destacou a coordenadora do Cerest-CG.

Além de ficar na pior posição nacional quanto ao trabalho infantil na faixa etária entre os 10 a 14 anos, a Paraíba ocupa a quarta pior colocação, quando se comparam os números de crianças e jovens ocupados entre 5 e 17 anos. Nesse caso, 6,6% das pessoas dentro dessa faixa etária exercem atividades de exploração ao trabalho infantil.

Analfabetismo – A pesquisa mostra também que 17,1% da população paraibana com mais de 15 anos é analfabeta. Esse percentual deixa o Estado entre os cinco do País com maiores índices de analfabetismo, ficando atrás do Alagoas (20%), Maranhão (18,8%), Piauí (18,2) e Ceará (17,3%).

Trabalho infantil no Brasil

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2015, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2,7 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estão em situação de trabalho infantil. Desse total, 412 mil tem apenas de 5 a 13 anos de idade, em que é totalmente proibido qualquer tipo de trabalho, sendo que 267 mil deles em atividades agrícolas, muitas das quais relacionadas entre as piores formas de trabalho infantil. Na faixa etária dos 14 aos 17 anos, são 2,2 milhões.
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