No período de 2007 a 2018,
43,7 mil crianças e adolescentes nessa faixa etária foram vítimas de acidentes
graves no trabalho, mais de 500 tiveram a mão amputada e 261 deles não
resistiram e morreram, segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(Sinan) do Ministério da Saúde.
“Os
dados são chocantes, mas o número de vítimas é muito maior, já que os dados de
acidentes consideram apenas os registros oficiais”, alertou o procurador do
Trabalho Raulino Maracajá.
Para tentar mudar essa realidade, o Ministério Público do Trabalho (MPT)
– em parceria com a Prefeitura de Campina Grande e o apoio de entidades
parceiras, como o Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil
(Fepeti-PB) – lançou na tarde de ontem,
na Vila Sítio São João, a Campanha 2019 de Combate à Exploração do
Trabalho Infantil. O evento inicia as ações preventivas no “Maior São João do Mundo”, em Campina Grande e
faz o chamamento para o 12 de
junho, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.
Várias
apresentações foram feitas durante o lançamento da campanha por crianças e
adolescentes assistidos pelos programas sociais da SEMAS. No encerramento, o
cantor Fabiano Guimarães prestou uma homenagem ao cantor Gabriel Diniz, que vinha
participando da campanha de Combate ao Trabalho Infantil. GD, como era conhecido
no meio artístico, morreu recentemente em acidente aéreo. Familiares da vítima estiveram
presentes na solenidade.
PROCURADOR DIZ
QUE TRABALHO INFANTIL EM GRANDES EVENTOS
TENDE A AUMENTAR
O procurador Raulino Maracajá lembrou que, em grandes eventos, como o
São João – a principal festa da cultura regional no Nordeste – o trabalho
infantil tende a aumentar, inclusive a exploração sexual comercial. “Esta, além
de ser crime, é considerada pela Convenção 182 da OIT como uma das piores
formas de trabalho infantil”, observou.
“A ideia da campanha é sensibilizar, mobilizar a sociedade e órgãos
públicos para que tomem consciência da exploração precoce do trabalho e assumam
sua responsabilidade no combate”, ressaltou Maracajá.
O procurador enfatizou que, com baixa escolaridade, jovens egressos do
trabalho infantil não terão boas oportunidades de inserção no mercado de
trabalho. Sem formação e sem emprego, jovens ficam mais vulneráveis, mais
próximos da criminalidade e mais longe dos seus sonhos.
“É esse ciclo de pobreza e de exploração que precisamos vencer. Por
isso, convocamos toda a sociedade, artistas, cantores e a imprensa para
reforçar esse ‘grande time’ contra o trabalho infantil”, afirmou Raulino
Maracajá, acrescentando que esse trabalho de prevenção e combate deve ser
contínuo e não somente no período junino.
Com informações da Ascom
MPT/PB
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