quinta-feira, 6 de junho de 2019

CAMPANHA DE COMBATE AO TRABALHO INFANTIL NO “MAIOR SÃO JOÃO DO MUNDO” É INICIADA EM CAMPINA GRANDE



No período de 2007 a 2018, 43,7 mil crianças e adolescentes nessa faixa etária foram vítimas de acidentes graves no trabalho, mais de 500 tiveram a mão amputada e 261 deles não resistiram e morreram, segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.
“Os dados são chocantes, mas o número de vítimas é muito maior, já que os dados de acidentes consideram apenas os registros oficiais”, alertou o procurador do Trabalho Raulino Maracajá.
Para tentar mudar essa realidade, o Ministério Público do Trabalho (MPT) – em parceria com a Prefeitura de Campina Grande e o apoio de entidades parceiras, como o Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil (Fepeti-PB) – lançou na tarde de ontem,  na Vila Sítio São João, a Campanha 2019 de Combate à Exploração do Trabalho Infantil. O evento inicia as ações preventivas no  “Maior São João do Mundo”, em Campina Grande e faz o chamamento para o 12 de junho, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.
Várias apresentações foram feitas durante o lançamento da campanha por crianças e adolescentes assistidos pelos programas sociais da SEMAS. No encerramento, o cantor Fabiano Guimarães prestou uma homenagem ao cantor Gabriel Diniz, que vinha participando da campanha de Combate ao Trabalho Infantil. GD, como era conhecido no meio artístico, morreu recentemente em acidente aéreo. Familiares da vítima estiveram presentes na solenidade.
PROCURADOR DIZ QUE TRABALHO INFANTIL  EM GRANDES EVENTOS TENDE A AUMENTAR
O procurador Raulino Maracajá lembrou que, em grandes eventos, como o São João – a principal festa da cultura regional no Nordeste – o trabalho infantil tende a aumentar, inclusive a exploração sexual comercial. “Esta, além de ser crime, é considerada pela Convenção 182 da OIT como uma das piores formas de trabalho infantil”, observou.
“A ideia da campanha é sensibilizar, mobilizar a sociedade e órgãos públicos para que tomem consciência da exploração precoce do trabalho e assumam sua responsabilidade no combate”, ressaltou Maracajá.
O procurador enfatizou que, com baixa escolaridade, jovens egressos do trabalho infantil não terão boas oportunidades de inserção no mercado de trabalho. Sem formação e sem emprego, jovens ficam mais vulneráveis, mais próximos da criminalidade e mais longe dos seus sonhos.
“É esse ciclo de pobreza e de exploração que precisamos vencer. Por isso, convocamos toda a sociedade, artistas, cantores e a imprensa para reforçar esse ‘grande time’ contra o trabalho infantil”, afirmou Raulino Maracajá, acrescentando que esse trabalho de prevenção e combate deve ser contínuo e não somente no período junino.

Com informações da Ascom MPT/PB

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