Trabalho de estudante da Famema ressalta a importância de enfermeiros em indústrias que utilizam substâncias tóxicas
Marília - Um estudo desenvolvido pela estudante do 4º ano de enfermagem da Faculdade de Medicina de Marília (Famema) Daniela Tomie Kasama Miwa alerta para os perigos do benzeno no ambiente de trabalho.
De acordo com a estudante de enfermagem da Famema, o benzeno apresenta um alto potencial cancerígeno e é causador de outras agressões importantes ao organismo.
“Em se tratando de toxicidade ocupacional, devem ser adotadas medidas que visam um rigoroso controle da saúde dos trabalhadores. Este estudo teve por objetivo resgatar as ações do enfermeiro do trabalho e sua importância, bem como trazer à luz substâncias tóxicas utilizadas como o benzeno e a necessidade de pessoas especializadas para trabalhar nessa área”, destacou a estudante.
O trabalho é uma revisão de literatura analítica, com referências literárias pesquisadas em publicações impressas e disponibilizadas online pelos sites da Scielo, Bireme e Lilacs. Foram selecionados 20 trabalhos científicos de 1997 a 2009, cujos descritores foram benzeno, enfermagem do trabalho, benzenismo e toxicologia.
No momento da busca houve lacunas de conhecimento sobre enfermeiro do trabalho em indústrias que utilizam o componente. “Este foi um dos motivos para o qual detectamos uma necessidade de integrar o enfermeiro nas ações específicas da enfermagem do trabalho, desenvolvida nos programas de saúde ocupacional dentro das empresas e serviços, junto com a Atenção Básica do SUS (Sistema Único de Saúde), que hoje compõe a rede de Atenção em Saúde do Trabalhador”, explicou Daniela.
Segundo ela, foi observada na pesquisa que os autores destacam o sério problema ocupacional que o benzeno desencadeia. Há um esforço mundial, inclusive, para restringir ao máximo o limite de exposição ao composto e, mesmo sendo proibido, ainda é utilizado pelas indústrias.
Essas indústrias são consideradas com grau de risco três e quatro, e é necessária a presença de um enfermeiro do trabalho em empresas que têm entre 3.501 e 5 mil funcionários.
“Recomendamos que haja mais enfermeiros do trabalho atuando e se especializando em toxicologia para que diminuam ainda mais os casos de intoxicação por benzeno nessas indústrias”, comentou Daniela Miwa.
Apresentado em forma de pôster no 14º Encontro Nacional de Enfermagem do Trabalho (Enent), que ocorreu de 18 a 20 de agosto no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, o estudo foi selecionado como o segundo melhor e já tem garantida a publicação de artigo em revista especializada de enfermagem do trabalho. O estudo foi supervisionado pela docente de fisiologia e biofísica Haydée Maria Moreira.
(Texto extraído do Fique de Olho - 37ª edição)
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