No Dia Nacional em Memória das
Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, levantamento do Ministério da Saúde
mostra redução de acidentes de transporte relacionados ao trabalho.
Publicado em 28/04/2021 15h49 Atualizado
em 28/04/2021 15h50
Com a pandemia da Covid-19, muita gente precisou se adaptar ao trabalho
em casa, diante da tela do computador. O deslocamento até o local de trabalho
diminuiu e essa mudança trouxe um reflexo positivo: os acidentes de transporte
relacionados ao trabalho no Brasil tiveram uma redução de 34,52% em 2020, o
menor número desde 2012. Os dados são dos Sistemas de Informação de Agravo e
Notificações (Sinan) e do de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Mesmo com a redução no número de casos, o Ministério da Saúde reforça a
importâncias na prevenção deste tipo de acidente. No ano passado foram
registrados 13.153 acidentes de trabalho por transporte, sendo que em 2019
foram 20.087. Os anos de 2017 (20.832) e 2019 (20.087) foram os que
apresentaram os maiores números de notificações.
Os reflexos da pandemia aparecem ainda no perfil dos acidentes
registrados: o levantamento apontou que os motoboys são os que mais sofrem
acidentes de transporte relacionados ao trabalho. O número de mortes é maior
entre os caminhoneiros.
LEVANTAMENTO
No período entre 2011 a 2020, o número de acidentes de trabalho com
motocicletas no transporte de documentos e pequenos volumes representaram 7,8%
(13.262) dos 170.044 acidentes registrados. Quanto aos acidentes com óbitos, os
motoristas de caminhão corresponderam a 18,5% das 12.503 mortes no mesmo
período.
Para chegar a esta constatação, foram considerados os acidentes de
transporte ocorridos quando o trabalhador tem uma função que envolve locomoção
ou quando estava indo ou voltando do local de trabalho.
O Coeficiente de Mortalidade (CM), no Brasil, por acidentes de
transporte relacionados ao trabalho foi de 1,5 óbito a cada 100 mil pessoas
ocupadas. Entre os estados, destacam-se Mato Grosso (5,6), Rondônia (4,7),
Tocantins e Santa Catarina (4,0).
SAÚDE DO TRABALHADOR
A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do
Trabalhador (Renast) foi criada em 2002, com objetivo de disseminar
ações de saúde do trabalhador, articuladas às demais redes do Sistema Único de
Saúde. Fazem parte desta Rede os Centros de Referência em Saúde do
Trabalhador (Cerest), para o desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador
em todos os níveis de atenção.
No Brasil, atualmente existem 214 centros habilitados pelo Ministério da
Saúde, sendo 26 estaduais, 01 no Distrito Federal, 176 regionais e 11
municipais.
Em 2012, o Ministério da Saúde publicou a Política Nacional de Saúde do
Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT) com ênfase nas ações de proteção,
vigilância e redução de acidentes. “O Ministério da Saúde, por meio da
Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador da Secretaria de Vigilância em Saúde,
busca o aprimoramento da análise dos dados e informações das doenças e agravos
relacionados ao trabalho para geração de conhecimento e diretrizes para saúde
do trabalhador, visando a qualidade de vida da população trabalhadora no
Brasil” diz a Diretora do Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e
Vigilância das Emergências em Saúde Pública, Daniela Buosi.
Fonte: govbr - Ministério da Saúde